Não podemos ficar inertes e reféns da hipocrisia
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição Federal. Assim, Não podemos subestimar a nossa capacidade de, juntos, agregarmos valor e de contribuirmos com a construção de uma efetiva Democracia Republicana, cuja eficácia depende da alternância do poder. Daí, a legitimidade de todas as mobilizações ordeiras em prol desse objetivo. Os males e disfunções em nossa sociedade têm como causa a falta de um sistema educacional de qualidade e de uma eficaz participação cidadã. ...Como consequência – só para citar alguns fatores –, tem-se a má distribuição de renda, o subemprego, a economia informal, o desemprego, a violência e a criminalidade, tudo em patamares inaceitáveis para uma convivência que se pretende civilizada. Sendo o fator nefasto, a "causa-consequência" do custo Brasil, a corrupção material e espiritual de indivíduos pouco conscientes e nada compromissados com o bem comum.
No entanto, nossa maior riqueza não está, em essência, no pré-sal ou nas "commodities" agrícolas ou minerais. Está na força de nossa gente – brasileira, sofrida, lutadora, mestiça e tropical–, no seu inquebrantável vigor e na esperança por dias melhores na consolidação de uma sociedade mais justa e soberana, alicerçada em sólidas instituições, princípios e valores cívicos. Nossa maior riqueza está em nossa diversidade cultural, na nossa vocação para sermos um povo pacífico e no amor que sentimos pelo Brasil. O poder não como meio, mas como fim para que todos os filhos dessa terra tenham professores valorizados, boas escolas, saúde, alimentação, moradia e lazer, a fim de poderem ser adultos felizes e realizados nas mais variadas atividades. Sim, nós podemos sonhar e realizar a República que desejamos.
Não podemos é ficar inertes, reféns da hipocrisia, fruto de uma alienação generalizada conjugada a um individualismo exacerbado que turva a visão da necessária sinergia social para a prevalência do bem comum e do interesse público. Por isso, a vigilância e a luta devem ser permanentes pelo exercício pleno do nosso dever de cidadania e, assim, fazer valer os direitos inerentes. Isso requer a participação de todos. Cada qual fazendo a sua parte, seja com atitudes cotidianas, seja debatendo com espírito proativo a temática social na busca de soluções a serem, de fato, implementadas por intermédio de políticas públicas que sejam efetivas e abrangentes. Enfim, se necessário for, marchando pacificamente em protesto contra a afronta aos princípios e aos valores fundamentais.
Ou nos conscientizamos da necessidade de retomarmos nossos parâmetros garantidos na Constituição Cidadã, ou continuaremos a padecer e a amargar indicadores sociais não dignos para um país que se pretende desenvolver, em sua pseudo-resignação de neocolônia dos trópicos. A desesperança, o desencanto, a rebeldia e a indignação das pessoas contra todo aquele poder público inerte, omisso e corrupto tendem a aflorar nesse perigoso transbordamento de emoções reprimidas da população. Somos coletivamente, cada qual a seu modo, o maior instrumento de transformação e mudança do Brasil.
Depende de nós!
Por Mauro Rogerio – Ten Cel Aviador da
Força Aérea Brasileira
Fonte: Por Mauro Rogerio - 11/07/2015 -
http://www.edsonsombra.com.br/post/acredite-todo-o-poder-emana-do-povo20150711
